O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul realiza no dia 29 de maio, às 19h, uma audiência pública para discutir os impactos ambientais, sociais e econômicos da nova fábrica de celulose da Bracell, prevista para ser instalada em Bataguassu.
O evento será no Ginásio de Esportes do CEJA, na Avenida Frei Luís, 533, Residencial Modelo I.
A audiência integra o processo de licenciamento ambiental da planta industrial, que deverá receber investimento de R$ 16 bilhões. Segundo o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), a unidade ficará a cerca de 9 km da área urbana e 3,9 km do Rio Paraná.
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A captação de água será feita diretamente do rio, com 90% do volume tratado e devolvido ao curso d’água, conforme a empresa.
A fábrica terá capacidade para produzir até 2,92 milhões de toneladas de celulose kraft por ano ou operar em modo combinado, com 1,46 milhão de toneladas de celulose kraft e 1,14 milhão de celulose solúvel, totalizando cerca de 2,6 milhões de toneladas anuais.
A demanda anual por madeira será de aproximadamente 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto. Também serão utilizados insumos como oxigênio, hidróxido de sódio, peróxido de hidrogênio, ácido sulfúrico, bissulfito de sódio e dióxido de cloro.
O projeto prevê adoção de tecnologias ambientalmente avançadas (BAT) e boas práticas de gestão (BPEM). A expectativa é de geração de 12 mil empregos no pico das obras e 2 mil postos permanentes na operação.
Serão construídos dois alojamentos com capacidade para 5 mil trabalhadores cada. A implantação deve durar cerca de 38 meses.
“A audiência pública é essencial para que a sociedade debata os impactos do projeto”, afirmou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, que também preside o Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA).
O licenciamento será analisado pelo CECA a partir de junho e, se aprovado, poderá resultar na emissão da Licença Prévia até dezembro de 2025.
Jaime Verruck destacou ainda o crescimento do setor no Estado. “Recebemos recentemente a quinta fábrica de celulose, da Arauco, em Inocência. Mato Grosso do Sul representa 24% da produção nacional, possui a segunda maior área de eucalipto cultivado e lidera na produção de madeira para papel e celulose”, afirmou.