O leilão da Rota da Celulose, um dos projetos mais promissores de infraestrutura rodoviária do Mato Grosso do Sul, foi suspenso. Previsto para acontecer em dezembro, o adiamento reflete os desafios econômicos globais e locais.
Com o dólar em alta e o mercado saturado de projetos de Parcerias Público-Privadas, o governo estadual optou por reformular a modelagem para torná-la mais atrativa.
Cenário Econômico e Justificativas
O governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou a suspensão do projeto durante reunião na Assembleia Legislativa, destacando o impacto do dólar valorizado e o mercado saturado de concessões. “Estamos revisando a modelagem para garantir competitividade e sustentabilidade a longo prazo”, afirmou.
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Com a perspectiva de relançar o edital em 2025, o governo planeja incluir a Rota da Celulose em um pacote maior de concessões, visando aumentar a competitividade no eixo leste do estado.
Impactos da Alta do Dólar
O presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP), enfatizou que a alta do dólar aumenta os custos operacionais e financeiros, elevando a percepção de risco entre investidores. Com taxas de juros projetadas em 15%, o cenário dificulta novos contratos. Já o deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD) revelou que a taxa interna de retorno de 10,45% do projeto será revista.
Importância Estratégica
A Rota da Celulose conecta Campo Grande a polos industriais e agrícolas do Sudeste, passando por cidades como Sidrolândia e Ribas do Rio Pardo. Com investimento previsto de R$ 9 bilhões, o projeto inclui melhorias em 843 km de rodovias, como duplicações e faixas adicionais, além de dispositivos de segurança e infraestrutura moderna.
Sustentabilidade e Segurança
Além da ampliação da capacidade viária, o projeto incorpora medidas do programa Estrada Viva, que prevê passagens de fauna e ações de proteção ambiental. A segurança do usuário será reforçada com guinchos, ambulâncias e postos de apoio.
Próximos Passos e Desafios
O governo pretende ajustar custos e tarifas de pedágio para atrair investidores. O governador Riedel afirmou buscar apoio do ministro dos Transportes, Renan Filho, para viabilizar o projeto. “Estamos confiantes no potencial transformador da Rota da Celulose”, disse.
Especialistas veem o adiamento como uma oportunidade para amadurecer o projeto, alinhando-o melhor às expectativas do mercado. Contudo, manter o interesse dos investidores será um desafio crucial.
Conclusão
A suspensão do leilão da Rota da Celulose reflete as complexidades econômicas, mas reforça o compromisso do governo com projetos de infraestrutura sustentável.
Com ajustes estratégicos, a expectativa é que o empreendimento retorne ao mercado em condições mais favoráveis, promovendo o desenvolvimento do Mato Grosso do Sul.