Mato Grosso do Sul dá um passo estratégico para diversificar sua matriz produtiva com a instalação da primeira indústria de processamento de amendoim no Estado. Com um investimento de R$ 117,5 milhões, a cooperativa paulista Casul lidera o projeto, que será implantado em Bataguassu.
A nova unidade terá estrutura completa para recebimento, limpeza, secagem, armazenamento e industrialização do grão.
O projeto será executado em três etapas, com início em 2024 e conclusão em 2027. Na fase inicial, o foco será a recepção e preparação do amendoim produzido pelos cooperados. Em 2026, a segunda fase introduzirá o beneficiamento local, agregando valor à produção regional.
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A terceira e última etapa, programada para 2027, inclui a construção de um centro de distribuição para os produtos industrializados.
Expansão estratégica e geração de empregos
A chegada da Casul integra uma estratégia do governo estadual para fortalecer a base agroindustrial e agregar valor à produção local. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, o projeto está alinhado às políticas estaduais de desenvolvimento sustentável e incentivo ao cooperativismo.
“Nossa política de diversificação busca atrair empreendimentos que promovam a industrialização e estimulem a expansão de culturas alternativas como o amendoim. Esse investimento reforça a economia local, gera empregos e fortalece a competitividade do Estado no cenário nacional”, destaca Jaime Verruck.
A unidade da Casul será construída na BR-267, em uma área de 60 mil m² doada pela Prefeitura de Bataguassu. O projeto faz parte do Procoop, programa estadual de fortalecimento do cooperativismo, e será viabilizado por meio de incentivos fiscais.
Mercado em expansão e produção em alta
O cultivo de amendoim vem crescendo em Mato Grosso do Sul, que já conta com 42 mil hectares plantados, consolidando-se como o segundo maior produtor nacional, atrás apenas de São Paulo. A nova indústria reforça esse potencial, permitindo que o grão deixe de ser exportado apenas como matéria-prima e passe a ser transformado em produtos de maior valor agregado, como óleo bruto e farelo.
Entre os itens que serão comercializados pela Casul estão amendoim em casca, grão de roça, semente de amendoim e derivados. Para Verruck, a industrialização cria novas oportunidades de negócio para produtores e cooperados, além de aumentar a rentabilidade agrícola. “Com a instalação da Casul, Mato Grosso do Sul se posiciona como referência nacional na cadeia produtiva do amendoim”, afirma.
Sustentabilidade e inovação como pilares
Além do impacto econômico, o cultivo de amendoim no Estado tem forte viés sustentável, com adoção de práticas inovadoras. O programa MS-Irriga já é utilizado em parte das lavouras para otimizar o uso da água, enquanto a cultura tem se mostrado eficiente na recuperação de solos degradados.
Municípios como Glória de Dourados e Fátima do Sul começaram a substituir cultivos tradicionais, como a soja, pelo amendoim, impulsionando a diversificação agrícola e reduzindo a dependência de monoculturas.
Perspectivas para o futuro
Com a instalação da Casul, Mato Grosso do Sul entra em uma nova fase de desenvolvimento agroindustrial. O projeto deve atrair novos investimentos e consolidar o Estado como polo de produção e beneficiamento de amendoim no país.
A expectativa é que, nos próximos anos, mais empresas do setor sejam atraídas para a região, ampliando a cadeia produtiva e fortalecendo a economia local.
Sustentada por incentivos fiscais e políticas de fomento ao cooperativismo, a produção de amendoim no Estado tem tudo para se tornar referência nacional em inovação e sustentabilidade.