O Brasil está prestes a dar um passo histórico na ciência e na saúde pública com a inauguração do Orion, o primeiro laboratório de biossegurança nível 4 (NB4) da América Latina.
Localizado em Campinas, no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o complexo permitirá o estudo de patógenos altamente letais, consolidando o Brasil como um protagonista na pesquisa de doenças infecciosas.
Avanço na pesquisa científica
Previsto para ser concluído em 2026, o Orion responde às lições da pandemia de COVID-19. Até então, o Brasil possuía apenas laboratórios de nível NB3, adequados para vírus como o SARS-CoV-2.
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Com o Orion, cientistas poderão estudar no próprio país agentes infecciosos como o vírus Sabiá, eliminando a dependência de instituições estrangeiras.

Investimento e infraestrutura
O projeto, orçado em R$ 1 bilhão, é financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento.
O laboratório ocupará 20 mil metros quadrados e será o primeiro do mundo a se conectar a uma fonte de luz síncrotron, o Sirius.
Essa tecnologia permitirá análises estruturais de patógenos em nível molecular, impulsionando a descoberta de terapias e vacinas.
Padrões de biossegurança
Laboratórios são classificados em quatro níveis de biossegurança:
- NB1: Patógenos de risco mínimo, como cepas não patogênicas de E. coli.
- NB2: Risco moderado, como o vírus da rubéola.
- NB3: Risco elevado, transmissão pelo ar, como a tuberculose.
- NB4: Risco extremo, como os vírus Ebola e Marburg.
Com a classificação NB4, o Orion garantirá os mais altos padrões de segurança para manipular agentes biológicos de extrema periculosidade.
Parcerias estratégicas
A implantação do Orion conta com colaboração de instituições como o Instituto Robert Koch, da Alemanha.
No Brasil, instituições como o Instituto Butantan e a Fiocruz já manifestaram interesse em utilizar o laboratório, fortalecendo a capacidade nacional de resposta a emergências sanitárias.
Rumo à autonomia científica
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destaca que o Orion dará ao Brasil autonomia para enfrentar futuras pandemias.
Com pesquisa de alto nível em solo nacional, o país poderá agir com mais rapidez e eficiência diante de novas ameaças sanitárias.
Desafios e perspectivas
A operação de um NB4 exige rigorosos protocolos de segurança. Para isso, o CNPEM trabalha com consultorias internacionais especializadas.
O Orion não apenas impulsionará a pesquisa, mas também capacitará profissionais para lidar com patógenos de alto risco.
A inauguração do Orion representa um salto histórico para a ciência brasileira. Com tecnologia de ponta e colaborações estratégicas, o Brasil se posiciona como referência mundial na pesquisa e no enfrentamento de doenças infecciosas emergentes.