Uma equipe da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, visitou propriedades rurais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina para monitorar as condições de trabalho de indígenas sul-mato-grossenses contratados para a colheita da maçã.
A ação contou com a participação da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-MS), do Instituto de Direitos Humanos de MS (IDH-MS) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Neste ano, cerca de 2.300 trabalhadores indígenas foram contratados para atuar na colheita de maçãs em Vacaria (RS) e em regiões produtoras de Santa Catarina.
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O objetivo da vistoria foi garantir que as condições de trabalho, alimentação e alojamento estivessem de acordo com a legislação vigente.
Segundo Eduardo Pereira, representante da Semadesc e Coetrae-MS, os indígenas desempenham um papel fundamental no setor.
“Eles viajam mais de 1.600 quilômetros para garantir a qualidade das frutas que chegam às mesas dos consumidores. Seu trabalho envolve desde a poda e o raleio até a colheita, seleção e encaixotamento das maçãs”, afirmou.

A parceria entre Funtrab, MPT-MS e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), firmada desde 2015, tem sido essencial para o cadastramento e encaminhamento desses trabalhadores às empresas, assegurando direitos e oportunidades de emprego digno.
Para o secretário-executivo de Qualificação Profissional e Trabalho da Semadesc, Esaú Aguiar, a fiscalização reforça o compromisso com um ambiente laboral seguro e justo.
“O acompanhamento próximo garante o cumprimento da legislação e fortalece a relação entre trabalhadores e empregadores”, destacou.
O presidente da Associação dos Trabalhadores Indígenas de MS (ATI-MS), José Carlos, ressaltou que a atuação dos indígenas na colheita da maçã abre portas para outras oportunidades no setor agrícola e em frigoríficos da região.
“Essa experiência permite que nossos trabalhadores desenvolvam novas habilidades e ampliem suas oportunidades de emprego”, disse.
Jaime Verruck, secretário da Semadesc, destacou a crescente demanda por mão de obra indígena no setor agrícola. “Os trabalhadores são disputados pelos recrutadores de empresas produtoras de maçã, alho, beterraba e cenoura.
O trabalho deles é essencial para a cadeia produtiva e contribui diretamente para a qualidade das frutas comercializadas no país”, afirmou.

A parceria entre Funtrab, Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi) e MPT segue fortalecendo as relações trabalhistas no setor, promovendo condições dignas e sustentáveis para os indígenas envolvidos na colheita.