Mato Grosso do Sul levará à COP-30 modelo de pecuária sustentável e competitiva

André Rocha 421 visualizações
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Mato Grosso do Sul apresentará na COP-30 sua experiência de sucesso na promoção de uma pecuária sustentável e competitiva, baseada em pesquisa, inovação e incentivo aos produtores.

O Estado se destaca pela adoção de tecnologias que reduzem o ciclo produtivo do gado, aumentam a eficiência e promovem o associativismo, consolidando-se como referência em sustentabilidade.

As diretrizes que orientam esse modelo foram reforçadas pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante a abertura do Fórum Pré-COP 30, realizado nesta segunda-feira (24).

“Nossa meta é levar para a COP-30 nossas políticas públicas, experiências e tecnologias, que serão a nossa ‘Bíblia de Defesa da Pecuária Brasileira’ como sustentável e competitiva”, afirmou.

Fórum Pré-COP 30 alinha setor agropecuário às metas climáticas

O Fórum Pré-COP 30, evento estratégico que abre a Dinapec 2025, reúne representantes do setor público e privado, especialistas em pecuária de corte, sustentabilidade e mercado para debater os desafios da bovinocultura frente às mudanças climáticas.

Organizado pela Embrapa Gado de Corte, Semadesc e Famasul, o encontro visa preparar o setor para as discussões globais da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que será realizada em novembro de 2025, em Belém do Pará.

Ao longo do dia, os debates devem resultar na elaboração de uma “Carta da Pecuária”, documento que apresentará estratégias e tecnologias já adotadas no Brasil para reduzir emissões de gases de efeito estufa e ampliar a sustentabilidade do setor.

O governador Eduardo Riedel, presente na abertura, destacou o avanço tecnológico do agronegócio estadual e sua integração com a agenda ambiental global. “Temos aqui no Estado uma rede de ciência e tecnologia que nos permite seguir adiante com sistemas produtivos cada vez mais eficientes.

Construímos uma agenda contemporânea, incluindo a otimização do balanço de carbono na produção”, ressaltou.

Riedel também enfatizou a combinação entre conhecimento técnico, políticas públicas e inovação como diferencial da pecuária sul-mato-grossense. “Produzimos com eficiência e responsabilidade ambiental.

Estamos inseridos nas principais pautas globais, como segurança alimentar, transição energética e sustentabilidade”, completou.

Mudança de metodologia e novas estratégias para redução de emissões

Entre os pontos centrais que Mato Grosso do Sul levará à COP-30 está a proposta de revisão da metodologia de medição de emissões de carbono na pecuária tropical. “Hoje, os indicadores são voltados para sistemas praticamente confinados.

Queremos uma metodologia mais adequada à realidade da pecuária tropical”, explicou Jaime Verruck.

Pecuária

O Brasil já assumiu o compromisso global de reduzir as emissões de metano em 30%, e o Estado pretende apresentar sua estratégia para atingir essa meta.

“Vamos mostrar como fazemos isso na prática, com a adoção de carne carbono neutro, integração lavoura-pecuária-floresta e intensificação da produção com genética adequada.

Quanto mais eficiente for o sistema, menor será a necessidade de abrir novas áreas para pastagem”, pontuou.

Pecuária sustentável como modelo de futuro

Mato Grosso do Sul já trilha esse caminho há anos, com programas como o Precoce MS, que incentiva a adoção de tecnologias para aumentar a produtividade e reduzir impactos ambientais.

O setor privado e a indústria frigorífica também aderiram à iniciativa, criando critérios que impulsionam o avanço da produção sustentável.

“O sucesso dessa política pública mostra que ciência, tecnologia e extensão são fundamentais para a evolução do setor.

Além disso, o associativismo, como o das Associações de Novilho Precoce e de Produtores, permite dar escala a essas mudanças”, destacou Jaime Verruck.

Ele reforçou a importância de investir continuamente na inovação, promovendo a integração entre lavoura, pecuária e floresta, além da produção de animais de ciclo mais curto. “Esse é o modelo que queremos.

A pecuária sul-mato-grossense já tem tecnologia sustentável, e nossa missão é mostrar isso ao mundo”, concluiu.

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