Em uma jogada estratégica e visionária, o Estado de Mato Grosso do Sul estabeleceu recentemente o Comitê Estadual da Rota Bioceânica (CEG-ROTA). Criado pelo decreto nº 16.366 de 16 de janeiro de 2024, esse comitê representa um marco significativo no desenvolvimento regional e internacional, prometendo transformar não apenas o estado, mas também fortalecer as relações comerciais e culturais do Brasil com países vizinhos.
O secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), ressaltou a importância estratégica do projeto, enfatizando que a Rota Bioceânica é mais do que uma iniciativa de infraestrutura. Segundo Verruck, é um vetor de integração econômica e cultural entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, com potencial para redefinir o comércio e a cooperação na América Latina.
Presidido pelo secretário de Estado de Desenvolvimento, o CEG-ROTA é composto por membros de diversos setores do governo e representantes da sociedade civil. Trabalhando juntos, eles buscarão estabelecer diretrizes e ações sustentáveis para promover o desenvolvimento multidimensional da região, abrangendo aspectos como infraestrutura, economia, educação, saúde, segurança e turismo.
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As responsabilidades do comitê incluem a identificação de infraestruturas-chave para a integração sul-americana e a busca por soluções para desafios potenciais. Além disso, o grupo mapeará estudos e pesquisas existentes, promovendo iniciativas de longo prazo e avaliando apoio por meio de programas de cooperação internacional.
A Rota Bioceânica, que tem início em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul, e se estende até o Paraguai, Argentina e Chile, oferece um caminho mais curto para o Oceano Pacífico, abrindo oportunidades para os mercados asiáticos. Este corredor é considerado uma chance de impulsionar exportações e importações, melhorando a competitividade dos produtos regionais e promovendo o intercâmbio entre o Brasil e a Ásia.
Para apoiar esse projeto ambicioso, o Governo do Mato Grosso do Sul tem investido consideravelmente nas cidades que farão parte da Rota Bioceânica. Porto Murtinho, por exemplo, recebeu R$ 40,6 milhões em obras nos últimos anos, e esforços foram direcionados para reativar a hidrovia do Rio Paraguai e atrair operadores e empreendimentos portuários para a região.
O Governo Federal também desempenha um papel crucial, investindo R$ 472,4 milhões em obras complementares, como a pavimentação de 13 km da rodovia BR-267 e a construção de um centro aduaneiro. No Paraguai, destaca-se a construção da ponte binacional sobre o Rio Paraguai, uma estrutura de 1.294 metros de comprimento e 29 metros de altura, com conclusão prevista para 2025.
A Rota Bioceânica é mais do que uma questão de infraestrutura; é uma visão de futuro que posiciona Mato Grosso do Sul e o Brasil no centro de uma nova dinâmica de comércio e cooperação na América do Sul. Prometendo ser um catalisador para o desenvolvimento econômico, social e cultural, não apenas para o estado, mas para toda a região, a Rota Bioceânica é um exemplo de como o planejamento estratégico e a colaboração internacional podem abrir novos caminhos para o progresso e a inovação.