Um levantamento inédito revelou a realidade socioeconômica da agricultura familiar em Mato Grosso do Sul. O estudo elaborado pela Secretaria Executiva de Agricultura Familiar e pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural, em parceria com o Sebrae/MS, foi apresentado nesta terça-feira (27) durante a reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável de Agricultura Familiar (CEDRAF/MS).
A pesquisa aponta que a agricultura familiar representa 61% dos estabelecimentos agropecuários do estado, somando mais de 41 mil propriedades, mas ocupa apenas 4% da área produtiva total.
Além de destacar os desafios enfrentados pelo setor, como infraestrutura precária, dificuldades de acesso ao crédito e assistência técnica limitada, o levantamento também mapeia oportunidades para fortalecer a produção e ampliar a participação dos pequenos produtores no mercado.
Leita também
Perfil dos agricultores e principais desafios
Os dados mostram que 85% das propriedades têm menos de 50 hectares, caracterizando a agricultura familiar como um setor composto majoritariamente por pequenas propriedades.
A produção é diversificada, com destaque para mandioca, milho e banana, enquanto na pecuária a criação de leite e ovos se sobressai.
No entanto, a comercialização ainda é um entrave, com baixa adesão dos produtores a programas governamentais como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, destacou a importância do estudo para a formulação de políticas públicas mais assertivas.
“Esse diagnóstico permite definir indicadores e direcionar políticas voltadas ao desenvolvimento da agricultura familiar, garantindo mais oportunidades e qualidade de vida para os produtores”, afirmou.
Perspectivas e políticas públicas
Com base nos resultados, o governo estadual pretende ampliar investimentos em infraestrutura rural, fortalecer o cooperativismo e facilitar o acesso ao crédito e à assistência técnica.
O objetivo é aumentar a competitividade do setor e estimular a participação dos agricultores familiares em programas de comercialização.
“O estudo nos dá um direcionamento para alocar recursos públicos e emendas parlamentares, reduzindo as principais lacunas do setor e impulsionando a renda dos produtores”, concluiu Jaime Verruck.
O levantamento já está disponível no site da Semadesc e pode ser acessado por produtores e demais interessados no desenvolvimento da agricultura familiar em Mato Grosso do Sul.