Biomas de MS impulsionam inovação e premiam negócios sustentáveis

André Rocha 189 visualizações
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Os biomas do Cerrado e Pantanal, símbolos da biodiversidade de Mato Grosso do Sul, inspiraram negócios inovadores reconhecidos em uma premiação especial na sede do Sebrae/MS, em Campo Grande. O evento Demoday marcou o encerramento da primeira fase dos programas Inova Pantanal e Inova Cerrado, iniciativas nacionais do Sebrae que, no estado, contam com o apoio do Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia), e da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

A competição premiou seis projetos que se destacaram por transformar o potencial dos biomas em soluções sustentáveis e economicamente viáveis. Os programas têm como objetivo fomentar a bioeconomia e impulsionar o desenvolvimento regional por meio da inovação.

Transformando ideias em negócios

Ao todo, 60 empreendedores foram selecionados para participar do programa, recebendo suporte por três meses, com workshops, consultorias e encontros mensais para estruturar suas propostas. No final, 40 projetos chegaram à fase decisiva e foram apresentados no Demoday.

Para Márcio de Araújo, diretor-presidente da Fundect e conselheiro do Sebrae/MS, a iniciativa reforça o protagonismo do estado na geração de conhecimento e inovação.

“Parcerias como essas demonstram a capacidade de Mato Grosso do Sul em criar soluções inovadoras que impactam positivamente o mercado e a sociedade”, destacou.

Já o secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, Ricardo Senna, ressaltou a importância de alinhar inovação e biodiversidade.

“Aproveitar as potencialidades do Cerrado e do Pantanal para gerar riqueza é um caminho estratégico. Os projetos desenvolvidos têm o potencial de criar empregos e renda para diversas comunidades”, pontuou.

A diretora-técnica do Sebrae/MS, Sandra Amarilha, enfatizou o sucesso da adaptação do programa nacional ao contexto local.

“O programa já havia sido realizado na Amazônia, e vimos que o Pantanal e o Cerrado tinham um enorme potencial. Agora, estamos colhendo os resultados, com projetos de alta qualidade e ideias que podem se transformar em patentes e modelos sustentáveis de negócios”, afirmou.

Soluções sustentáveis premiadas

Biomas

Os projetos vencedores foram selecionados nos programas Inova Pantanal e Inova Cerrado, recebendo prêmios de R$ 15 mil para o primeiro lugar, R$ 10 mil para o segundo e R$ 5 mil para o terceiro, garantindo incentivo financeiro para transformar ideias em realidade.

Inova Cerrado: promovendo a biodiversidade e a economia local

O primeiro lugar ficou com a startup Agro Nativa, liderada por Eduardo Cerqueira e Daniela Batista Rocha. O projeto conecta agricultores a produtores de abelhas nativas para aumentar a polinização e a produtividade das lavouras, além de fomentar a produção de mel sustentável.

Eduardo Cerqueira, que se formou em Biologia aos 41 anos, celebrou a conquista:

“Sempre sonhei em ser cientista, mas só pude cursar Biologia na fase adulta. Essa premiação valida todo o esforço da minha família e reforça minha crença de que é possível preservar as abelhas e, ao mesmo tempo, gerar impacto econômico positivo.”

O segundo lugar foi conquistado pelo projeto Meus Cabelos, Meus Fios, da empreendedora Marilza Eleotério de Barcelos Silva, que aposta em produtos naturais do Cerrado para cuidados capilares. Já o terceiro colocado foi o Currie Biocosméticos, de Daniely Queiroz, que desenvolve cosméticos sustentáveis a partir de plantas nativas da região.

Inova Pantanal: tecnologia para conservação da fauna e flora

O projeto Monitora Pantanal, de Carolina Garcia, venceu a categoria com uma solução para o monitoramento da fauna pantaneira. Inspirado nas coleiras de rastreamento animal utilizadas mundialmente, o projeto busca tornar essa tecnologia mais acessível para pesquisadores brasileiros.

“As coleiras de monitoramento costumam ser muito caras. Nosso objetivo é desenvolver dispositivos que auxiliem na conservação da biodiversidade de forma acessível”, explicou Carolina.

Em segundo lugar ficou o projeto Meu Quintal é Maior que o Mundo, de Josué de Souza Cristaldo, que aposta no turismo comunitário como ferramenta de educação ambiental e desenvolvimento econômico. Fechando o pódio, o terceiro lugar ficou com Pantaembryo, de Fabiana Melo Sterza, Mariane Ferreira e Rodrigo Fagundes, que desenvolve soluções biotecnológicas voltadas à preservação das espécies do Pantanal.

Inovação como motor do desenvolvimento regional

Para Hulda Oliveira Giesbrecht, coordenadora de Negócios de Base Tecnológica do Sebrae Nacional, o impacto do programa em Mato Grosso do Sul superou as expectativas.

“Estamos vendo ideias saindo do papel e se tornando soluções sustentáveis para os desafios ambientais e sociais da região. Esses projetos têm potencial para gerar bem-estar, preservar nossos biomas e criar novas oportunidades econômicas.”

A realização do Demoday reforça o papel da inovação no desenvolvimento regional, transformando a riqueza natural de Mato Grosso do Sul em um motor para novas oportunidades de negócio. Com a valorização da bioeconomia e o incentivo a startups sustentáveis, o estado se posiciona como protagonista no cenário da inovação nacional.

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