Na última quarta-feira (12), o Banco Neon confirmou que investiga um suposto vazamento de dados que pode ter exposto informações de até 30 milhões de clientes.
A denúncia surgiu em um fórum de crimes cibernéticos, onde um usuário identificado como “Pegasus” afirmou ter copiado dados confidenciais da base de clientes da instituição.
O episódio reacende o alerta sobre segurança digital no setor financeiro e a importância da proteção de dados pessoais.
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O que diz o Banco Neon?
Em nota, o Banco Neon informou que detectou uma cópia não autorizada de dados de parte de seus clientes, mas garantiu que o incidente não compromete o acesso às contas nem permite transações financeiras.
A fintech está conduzindo uma investigação interna para verificar a origem e a veracidade da denúncia.
“A Neon está investigando a alegação de vazamento de dados com tentativa de extorsão realizada na manhã de ontem (12), deletada no mesmo dia em um fórum hacker.
Até o momento, os detalhes apresentados na postagem não são factíveis com as informações obtidas e apuradas pela Neon”, declarou a empresa.
O suposto hacker afirmou já ter realizado ataques semelhantes a outras instituições, evidenciando os riscos crescentes para fintechs e bancos digitais, que lidam diariamente com um alto volume de dados sensíveis.
Segurança digital: uma preocupação crescente no setor financeiro
O incidente expõe fragilidades na segurança digital do setor bancário, um dos principais alvos de criminosos devido ao valor das informações armazenadas.
As fintechs, por serem 100% digitais, precisam de medidas ainda mais robustas para proteger a privacidade e a integridade das informações de seus clientes.
Especialistas alertam que vazamentos desse tipo podem causar sérios danos tanto para os consumidores quanto para a reputação das empresas envolvidas.
Em um mercado digitalizado, a confiança dos usuários é fundamental. Falhas de segurança podem resultar em prejuízos financeiros e abalar o relacionamento com os clientes.
LGPD: direitos dos consumidores e deveres das empresas
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece normas rigorosas para empresas que tratam dados pessoais. Em caso de incidentes de segurança que representem riscos aos titulares dos dados, a empresa deve comunicar o ocorrido à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e aos consumidores afetados.
“A depender da gravidade da situação, a ANPD pode aplicar sanções que incluem multas de até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração, além de exigências para a correção das falhas”, explica Alexander Coelho, especialista em Direito Digital.
Além das sanções administrativas, os clientes que comprovarem prejuízos podem buscar indenizações por danos materiais ou morais.
Como proteger suas informações financeiras
Em meio a casos de vazamento de dados, especialistas recomendam adotar medidas preventivas para evitar fraudes e minimizar riscos. Confira algumas práticas essenciais:
- Monitore suas movimentações bancárias: acompanhe extratos e notificações para identificar transações suspeitas.
- Desconfie de links suspeitos: golpes de phishing são comuns e usam mensagens falsas para roubar dados.
- Ative a autenticação em dois fatores: aumenta a segurança no acesso a contas.
- Nunca forneça senhas ou códigos de autenticação: bancos não pedem essas informações por telefone, e-mail ou redes sociais.
- Fique atento a ligações fraudulentas: criminosos podem se passar por atendentes para obter dados pessoais.
O futuro da segurança digital no mercado financeiro
Com a digitalização cada vez mais acelerada, a cibersegurança tornou-se prioridade para instituições financeiras. Investimentos em tecnologias como inteligência artificial, criptografia avançada e sistemas de monitoramento em tempo real são fundamentais para prevenir novos incidentes.
Ao mesmo tempo, a conscientização dos consumidores sobre boas práticas digitais é uma camada adicional de defesa.
Casos como o do Banco Neon mostram que a confiança dos clientes depende diretamente da segurança das informações.
Fortalecer políticas de proteção de dados e adotar medidas preventivas será essencial para evitar novos episódios e garantir uma relação segura e transparente com os consumidores.