A Rivian marcou presença no South by Southwest (SXSW) 2025 com uma estratégia ousada. Patrocinadora principal do evento até 2026, a montadora de veículos elétricos aposta em ações de alto impacto para ampliar sua visibilidade.
Uma caminhonete branca estacionada estrategicamente na entrada do Austin Convention Center e uma experiência de test drive em trilha fazem parte da ofensiva de marketing da marca.
O movimento ganha ainda mais relevância por acontecer em Austin, cidade onde está localizada a gigafactory da Tesla. A montadora de Elon Musk domina o mercado de elétricos e tem forte presença na região, tornando a investida da Rivian um desafio direto à concorrente.
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Estratégia em território rival
Não é novidade que montadoras utilizam eventos de grande porte para reforçar suas marcas. O diferencial da Rivian, no entanto, está na escolha do terreno: ao investir no SXSW, a empresa se posiciona estrategicamente no centro de influência da Tesla.
Diferente da concorrente, que se beneficia da figura polêmica de Elon Musk para atrair atenção, a Rivian aposta em uma abordagem mais tradicional.
Ainda distante da escala da rival – com cerca de 52 mil veículos vendidos em 2024, contra 1,8 milhão da Tesla – a marca busca consolidar sua identidade com campanhas de impacto.
Nas ruas de Austin, a disparidade entre as duas montadoras é visível. Enquanto os modelos da Tesla, incluindo a controversa Cybertruck, são onipresentes, os veículos da Rivian ainda são raridade.
Um momento favorável?
Apesar da diferença de escala, a Rivian vem crescendo. O volume de vendas de 2024 superou ligeiramente os 50 mil veículos de 2023. Já a Tesla, embora ainda lidere o setor, enfrenta desafios.
O crescimento das vendas estagnou no último ano, e as posições políticas de Elon Musk têm gerado reações negativas.
O apoio do bilionário a Donald Trump provocou protestos nos EUA, com clientes demonstrando insatisfação por meio de adesivos com mensagens como “Cala a boca, Elon” e “Comprei esse carro antes de descobrir que Elon era louco”. Esse cenário pode abrir espaço para concorrentes, e a Rivian quer se aproveitar dessa brecha.
O caminho da Rivian
Fundada em 2009 por RJ Scaringe, a Rivian passou por mudanças até adotar seu nome atual e focar nos veículos elétricos. Com investimentos de Ford e Amazon, levantou US$ 12 bilhões ao abrir capital em 2021.
Atualmente, comercializa o SUV R1S e a picape R1T, ambos acima dos US$ 70 mil, nos EUA e no México.
A grande aposta para expansão é o SUV compacto R2, previsto para 2026. Com preço mais acessível, o modelo pode ser o trampolim para um crescimento global e um desafio mais direto à Tesla.
Desafios pela frente
A Rivian ainda enfrenta obstáculos para se consolidar no mercado. Além da concorrência acirrada, que inclui gigantes como Ford, General Motors e Volkswagen, a empresa precisa reduzir custos de produção e expandir sua capacidade fabril.
A aposta no SXSW reforça sua ambição de crescer e conquistar espaço. Mas, para rivalizar com a Tesla a longo prazo, a Rivian precisará mais do que marketing: será essencial entregar produtos competitivos e fortalecer sua presença internacional.

O mercado de elétricos segue em transformação, e a Rivian busca seu lugar ao sol. Se conseguirá sair da sombra de Elon Musk, ainda é incerto.
Mas uma coisa é clara: a montadora está disposta a disputar atenção e mercado, até mesmo no território do rival.