Infraestrutura da Rota Bioceânica será concluída em 2,5 anos, anuncia secretário

André Rocha 853 visualizações
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Rota Bioceânica

A construção da Rota Bioceânica, um ambicioso projeto que promete transformar a logística entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, deverá ser concluída em dois anos e meio.

A declaração foi feita por Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, durante um workshop sobre a Rota Bioceânica, realizado nesta segunda-feira (15) no Sebrae.

Desafios e Oportunidades da Rota Bioceânica

Jaime Verruck destacou que a conclusão da infraestrutura física, incluindo a pavimentação de rodovias no Paraguai e Argentina, a construção da ponte sobre o Rio Paraguai e a reestruturação da BR-257 até Porto Murtinho, não será o único desafio. Ele enfatizou que o verdadeiro impacto da rota só será sentido com uma operação eficiente.

Rota Bioceânica

“A rota só fará diferença no dia em que um produto sair de Mato Grosso do Sul e chegar à China a um preço competitivo”, afirmou. A operacionalização da rota enfrenta desafios significativos, especialmente na transposição de fronteiras, e é essencial superá-los para que a rota se torne competitiva no mercado global.

Participação Acadêmica e Colaboração Internacional

O evento contou com a presença de professores e pesquisadores de várias instituições de ensino superior filiadas ao Conselho de Reitores das Instituições de Ensino Superior de Mato Grosso do Sul (CRIE), como Uems, UFMS, UCDB, Uniderp, UFGD e IFMS. Ricardo Sena, secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, ressaltou a importância da academia na avaliação e contribuição aos projetos governamentais relacionados à Rota Bioceânica. “A academia pode preencher lacunas específicas com sua expertise”, destacou Sena.

Envolvimento Comunitário e Governança

O presidente do CRIE e reitor da UFGD, professor Jones Dari Goettert, sublinhou a importância de alinhar envolvimento com desenvolvimento. Segundo ele, o grupo deve conceber ações, projetos e programas que integrem a sociedade civil nas oportunidades proporcionadas pela rota.

Jaime Verruck reforçou essa ideia, apontando os desafios de governança e a necessidade de minimizar impactos econômicos, sociais e ambientais. Ele alertou que o sucesso da rota dependerá de sua atratividade para a China, um mercado crucial.

Potencial Econômico e Logístico

Verruck destacou o potencial econômico da Rota Bioceânica ao observar que atualmente, 80% dos contêineres que trazem produtos da China aos portos do Pacífico retornam vazios. Aproveitar esse frete a baixo custo é uma oportunidade estratégica. “Esses contêineres podem voltar cheios de carne”, sugeriu o secretário, ilustrando a possibilidade de um comércio bilateral mais eficiente e lucrativo.

Rota Bioceânica

Além disso, a plena operação da rota pode transformar Mato Grosso do Sul em uma porta de entrada de produtos chineses para o Brasil, necessitando um redimensionamento das estruturas alfandegárias e logísticas do Estado.

Jaime Verruck destacou o papel crucial das universidades neste momento, especialmente na colaboração com instituições de outros países para garantir que o progresso seja inclusivo. “Ninguém quer apenas que a rota passe por sua localidade; querem participar e aproveitar as novas oportunidades que ela trará”, concluiu.

Rota Bioceânica

A Rota Bioceânica representa uma oportunidade transformadora para Mato Grosso do Sul e toda a região envolvida. Contudo, seu sucesso dependerá não apenas da infraestrutura física, mas também da resolução de desafios logísticos e de governança, além da colaboração ativa entre academia, governo e sociedade civil.

Com um planejamento eficaz e uma visão estratégica, a Rota Bioceânica tem o potencial de revolucionar o comércio internacional, beneficiando todas as partes envolvidas.

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