Mato Grosso do Sul avançou significativamente na modernização da recomposição florestal ao regulamentar, por meio de um novo decreto, a Lei 4.163 de 2012. Assinada pelo governador Eduardo Riedel e pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a medida institui um mecanismo inovador que permite aos produtores rurais compensarem a supressão vegetal por meio de créditos de recomposição florestal.
O decreto, que será publicado no Diário Oficial do Estado, atende tanto às exigências federais quanto estaduais para reposição da vegetação nativa, reforçando o compromisso de Mato Grosso do Sul com a sustentabilidade e a preservação ambiental.
Alternativas para Regularização Ambiental
A nova regulamentação estabelece um modelo flexível para a compensação ambiental. Além do plantio direto de florestas nativas ou exóticas, os produtores poderão aderir ao sistema de créditos de reposição florestal, adquirindo créditos de outros produtores que já realizaram o plantio de árvores em suas propriedades.
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Durante a apresentação do decreto, realizada no auditório do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável, Rogério Beretta, destacou as opções disponíveis para os produtores.
Eles podem optar por plantar sua própria floresta ou, caso não necessitem cumprir essa obrigatoriedade, podem comercializar os créditos de recomposição. Assim, promovemos uma economia baseada na conservação ambiental e incentivamos práticas sustentáveis, explicou Beretta.
Além disso, o governo prevê o recolhimento de valores para projetos ambientais, com repasses ao Fundo Estadual de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas. Essa iniciativa reforça o compromisso do estado em direcionar recursos para a recuperação de áreas degradadas e fortalecer ações de sustentabilidade.
Uso de Tecnologia para Monitoramento e Negociação
Para garantir maior transparência e eficiência na gestão dos créditos de recomposição florestal, o Governo do Estado lançou o MS Agrodata (Sistema Informatizado de Cadastro e Monitoramento da Produção Agrícola de Mato Grosso do Sul). A plataforma digital facilitará a negociação entre produtores que possuem créditos excedentes e aqueles que precisam regularizar seus passivos ambientais.
Com esse sistema, a compra e venda de créditos ocorrerá de forma organizada e segura, promovendo a regularização ambiental de maneira ágil.
A tecnologia nos permitiu encontrar uma solução inovadora para a recomposição florestal. A plataforma possibilita que produtores adquiram créditos de quem já cumpriu sua obrigação ambiental ou optem pelo plantio direto, contribuindo para a preservação ambiental do estado, afirmou o governador Eduardo Riedel.
Impactos para o Setor Produtivo e Ambiental
O novo decreto representa um marco para a sustentabilidade no agronegócio sul-mato-grossense. Ao criar um mercado de créditos florestais, o governo oferece um incentivo econômico para a expansão das florestas plantadas, promovendo uma economia verde e fortalecendo o compromisso com a neutralização de emissões de carbono.
Segundo Jaime Verruck, titular da Semadesc, a regulamentação traz mais segurança ao setor produtivo e dinamiza a política ambiental do estado.

Nosso objetivo é modernizar a recomposição florestal de Mato Grosso do Sul utilizando tecnologia e ferramentas de mercado. Com essa iniciativa, criamos condições para que os produtores possam regularizar suas pendências ambientais de forma estruturada, contribuindo para um modelo de desenvolvimento sustentável, destacou Verruck.
Outro aspecto relevante da medida é a possibilidade de diversificação da produção florestal. Além das espécies nativas, o programa permite o plantio de florestas exóticas, como eucalipto, laranja, erva-mate, seringueira e cacau. Essa flexibilização amplia as opções para os produtores e fomenta novas oportunidades econômicas no setor florestal do estado.
Perspectivas para o Futuro
Com a implementação dessa nova política, Mato Grosso do Sul se posiciona como referência nacional na integração entre meio ambiente e desenvolvimento econômico. O modelo de créditos de recomposição florestal poderá inspirar outros estados a adotarem soluções semelhantes, equilibrando as demandas do setor produtivo com a necessidade de preservação ambiental.
Ao apostar na tecnologia e na gestão eficiente dos recursos ambientais, o governo estadual reforça sua estratégia de crescimento sustentável, garantindo que o agronegócio continue sendo um dos pilares da economia sul-mato-grossense, sem comprometer a conservação dos ecossistemas locais.
A regulamentação dessa nova diretriz marca o início de uma nova fase na relação entre desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental, consolidando Mato Grosso do Sul como um protagonista na busca por soluções inovadoras para a gestão dos recursos naturais.