Brasil e China celebram 50 anos de parceria: Campo Grande se destaca com a Rota Bioceânica

André Rocha 558 visualizações
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Em 2024, Brasil e China comemoram meio século de relações diplomáticas e comerciais. Desde 1974, quando o comércio bilateral somava modestos US$ 19,4 milhões, a parceria cresceu exponencialmente, atingindo US$ 157,4 bilhões em 2023. Esse marco consolida a China como o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, representando mais da metade do superávit comercial brasileiro.

O aprofundamento dessa relação agora se projeta em um cenário inovador: a Rota Bioceânica. Este corredor logístico internacional coloca Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, em posição de destaque como um novo hub global, conectando a América do Sul aos mercados asiáticos.

De produtos básicos a investimentos estratégicos

Inicialmente focada em produtos como algodão, açúcar e soja, a pauta de exportações do Brasil para a China se diversificou ao longo das décadas. Em 2023, as exportações brasileiras para o gigante asiático totalizaram US$ 104,3 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 53,1 bilhões, gerando um superávit de US$ 51 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Além do comércio, a China se consolidou como um dos principais investidores estrangeiros no Brasil, com aportes em infraestrutura, energia e tecnologia. Essa parceria estratégica foi reforçada recentemente com a visita de uma delegação chinesa da cidade de Bengbu a Campo Grande, destacando o interesse em estreitar laços culturais e econômicos.

Campo Grande e Bengbu: uma parceria estratégica

Bengbu, situada na província de Anhui, é referência em setores como bioquímica, construção civil e eletrônicos. Durante a visita, representantes chineses e brasileiros exploraram novas oportunidades de cooperação. O secretário de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio de Campo Grande, Ademar Silva Junior, destacou a importância dessa conexão.

“Nossa localização estratégica, aliada à Rota Bioceânica, nos posiciona como elo vital entre a América do Sul e os mercados asiáticos”, afirmou. Zhang Xiao Jing, presidente da Associação de Amizade Estrangeira de Bengbu, reforçou a expectativa de trocas enriquecedoras nas áreas tecnológica e urbana.

Rota Bioceânica: uma revolução logística

O projeto da Rota Bioceânica promete transformar a logística sul-americana, conectando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile ao Pacífico. Com a ponte sobre o Rio Paraguai 62% concluída e previsão de entrega para 2026, Campo Grande se prepara para se tornar um eixo logístico estratégico.

“A rota reduzirá custos e prazos de transporte para o mercado asiático, beneficiando a exportação de produtos agrícolas e industriais”, destacou Paulo César Fialho, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.

Mato Grosso do Sul: potência na exportação de proteínas

Mato Grosso do Sul se destaca na exportação de carnes, com a China sendo o principal destino. Em 2023, o Brasil exportou 2,2 milhões de toneladas de proteína animal para o mercado chinês, gerando mais de US$ 8,2 bilhões. Campo Grande abriga dois frigoríficos habilitados para exportação à China, consolidando sua posição no comércio global de alimentos.

Além da Ásia, a produção local atende mercados como Estados Unidos, União Europeia e Oriente Médio, diversificando ainda mais sua base de exportações.

Um futuro global para Campo Grande

Com uma localização privilegiada e infraestrutura em expansão, Campo Grande se projeta como um dos principais elos comerciais entre a América do Sul e a Ásia. A Rota Bioceânica e a crescente parceria com a China prometem acelerar o desenvolvimento econômico, tecnológico e cultural da região.

À medida que os laços sino-brasileiros se fortalecem, Campo Grande se prepara para liderar uma nova era de integração global, posicionando-se como um centro estratégico de inovação e desenvolvimento sustentável.

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