Brasil propõe inovação aberta para desenvolvimento justo e sustentável no Science20

André Rocha 878 visualizações
7 minutos de leitura
Brasil

Rio de Janeiro sediou a abertura do Science20 Brasil 2024 no dia 1 de julho, um evento crucial para o futuro da ciência e tecnologia no país. Organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), esta conferência global reúne academias nacionais dos países do G20 para discutir desafios e avanços científicos.

Este evento reúne academias nacionais de ciências dos países do G20 e, este ano, é organizado pela Academia Brasileira de Ciências. O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Fernandes, abriu o evento destacando a necessidade urgente de transformar os ecossistemas de pesquisa e inovação do país para enfrentar de maneira responsável e eficaz os desafios sociais e ambientais.

Em seu discurso, Fernandes ressaltou que o Brasil está comprometido em criar um ambiente mais sustentável, acessível e inclusivo para a ciência e tecnologia, com um enfoque especial na redução das desigualdades e na promoção da justiça social e ambiental.

“Aqui deve ser um espaço aberto e transparente para construir um sistema mais sustentável, acessível, inclusivo e adaptado, com foco especial na redução das desigualdades na ciência, tecnologia e inovação e incluir a justiça social e ambiental responsável em um desenvolvimento econômico. Dessa forma, o Brasil propõe o tema ‘Inovação aberta para um desenvolvimento justo e sustentável'”, afirmou.

Este ano, o Science20 está centrado em cinco grandes temas que são fundamentais para o desenvolvimento global: Inteligência Artificial, Bioeconomia, Transição Energética, Desafios da Saúde e Justiça Social. Estes tópicos foram escolhidos devido à sua relevância para o enfrentamento das questões contemporâneas mais urgentes, tanto no Brasil quanto internacionalmente.

brasil

Fernandes destacou que o governo Lula está priorizando a luta contra a desigualdade tecnológica e científica, além de abordar o desequilíbrio na produção e acesso à ciência, tecnologia e inovação. “O Brasil propõe enfrentar a desigualdade tecnológica e científica e o desbalanceamento da atividade científica, mostrando os problemas relacionados às assimetrias globais no acesso e produção da ciência, tecnologia e inovação no centro do nosso governo”, declarou.

Além de Luis Fernandes, a abertura contou com a participação de importantes figuras do cenário científico e político brasileiro. Entre eles, Celso Pansera, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores; e Helena Nader, presidente da ABC. Cada um trouxe à tona a importância da colaboração internacional e das estratégias conjuntas para a promoção da inovação.

“O Brasil reconhece a importância do trabalho em conjunto para permitir a inovação ao nível internacional, assim como desenvolver princípios de trabalho, mecanismos e traçar estratégias em comuns”, disse Fernandes durante seu discurso.

O Science20 é um dos eventos que sustentam a agenda do G20 aprovada em 2015, cujo objetivo é reduzir a pobreza e proteger o planeta até 2030. Desde então, a cúpula tem sido realizada em diversos países, incluindo Alemanha, Argentina, Japão, Arábia Saudita, Itália, Indonésia e Índia. Este ano, o Brasil assume a responsabilidade de liderar as discussões e propor soluções inovadoras.

Fernandes fez um apelo para que a ciência seja vista como uma ferramenta transformadora capaz de enfrentar os desafios globais presentes e futuros. “Para ser capaz de produzir uma ciência para a transformação global e enfrentar os atuais e futuros desafios, os ‘negócios de sempre’ não serão suficientes. Na verdade, fazer tudo como de costume não vai reduzir, mas sim aumentar as desigualdades, tornando ainda mais difícil para as nações que chegam atrasadas no processo de desenvolvimento para avançar”, afirmou.

O conceito de inovação aberta, destacado por Fernandes, refere-se à colaboração e ao compartilhamento de conhecimentos e tecnologias entre diferentes setores e países. Esta abordagem é vista como essencial para acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico de forma inclusiva e sustentável.

No contexto brasileiro, a inovação aberta pode ser uma ferramenta poderosa para enfrentar desigualdades e promover o crescimento econômico de maneira equilibrada. Ao permitir que mais pessoas e organizações tenham acesso às ferramentas e conhecimentos necessários para inovar, o Brasil pode avançar significativamente em termos de justiça social e desenvolvimento sustentável.

O Science20 Brasil 2024 representa uma oportunidade única para o Brasil demonstrar seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável. No entanto, também destaca os desafios que o país enfrenta em termos de desigualdade e acesso à tecnologia. O governo brasileiro está ciente dessas barreiras e está trabalhando ativamente para superá-las.

A participação ativa do Brasil no Science20 e no G20 mostra a determinação do país em ser um líder global na promoção de um futuro mais justo e sustentável. Com o apoio de instituições científicas e políticas, o Brasil está bem posicionado para fazer avanços significativos em ciência e tecnologia nos próximos anos.

O Science20 Brasil 2024 é mais do que um evento científico; é um catalisador para mudanças profundas e necessárias na maneira como o mundo aborda a inovação e o desenvolvimento. Ao focar em temas como Inteligência Artificial, Bioeconomia, Transição Energética, Desafios da Saúde e Justiça Social, o evento coloca o Brasil no centro das discussões globais sobre o futuro da ciência e tecnologia.

A mensagem de Luis Fernandes é clara: para construir um futuro sustentável e inclusivo, é necessário repensar as abordagens tradicionais e adotar a inovação aberta como um princípio orientador. Somente através da colaboração e do compartilhamento de conhecimento será possível enfrentar os desafios globais de maneira eficaz e justa.

Com este evento, o Brasil reafirma seu compromisso com a ciência e a tecnologia como motores de um desenvolvimento justo e sustentável, colocando-se como um protagonista no cenário internacional e abrindo caminho para um futuro mais brilhante para todos.

Compartilhar este artigo