Na última sexta-feira (16), Mato Grosso do Sul sediou um importante evento para discutir o futuro da bioeconomia no estado, reunindo líderes governamentais, representantes do setor produtivo e instituições acadêmicas no Bioparque Pantanal.
O workshop, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação em parceria com o Sebrae/MS, abordou os caminhos que esse setor emergente deve seguir para se tornar um pilar da economia estadual, impulsionando um desenvolvimento socioeconômico sustentável.
A relevância da bioeconomia no cenário nacional foi destacada durante o evento. Segundo o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, o Produto Interno Bruto (PIB) da bioeconomia atingiu R$ 2,7 trilhões em 2023, representando 25,3% do PIB brasileiro.
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Esse valor, extraído de um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), demonstra o potencial da bioeconomia como motor de sustentabilidade e inovação.
Bioeconomia: Estratégia para o Desenvolvimento
Em sua fala, Jaime Verruck enfatizou a importância de direcionar esforços para fortalecer a bioeconomia em Mato Grosso do Sul. “Estamos falando de um setor que pode transformar a agricultura e outras atividades produtivas, promovendo a sustentabilidade ambiental.

O workshop de hoje é crucial para discutirmos como podemos adequar nossa infraestrutura e políticas públicas para maximizar esses resultados”, disse Jaime Verruck.
O estudo da FGV apontou que a bioindústria representou 46% do PIB da bioeconomia, equivalente a R$ 1,8 trilhão, enquanto a bioeconomia primária, incluindo agricultura e pecuária sustentáveis, contribuiu com R$ 1,1 trilhão, ou 41% do total.
Integração de Setores e Transição Energética
Jaime Verruck destacou que a bioeconomia abrange mais do que a produção sustentável de bens e serviços; é uma estratégia que integra transição energética, segurança alimentar e combate às mudanças climáticas.
“Precisamos de uma visão holística que considere todos os aspectos, desde a produção até o consumo, e políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva”, afirmou.
Ricardo Senna, secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, reforçou a importância do workshop para alinhar estratégias e definir o papel da bioeconomia no futuro do estado. “O setor pode definir o futuro econômico de Mato Grosso do Sul, mas isso só será possível com uma base sólida para sustentá-lo”, destacou.
Debates e Perspectivas para a Bioeconomia em Mato Grosso do Sul
O evento abordou diversos temas relevantes para a bioeconomia no estado. Um dos painéis, “Bioeconomia e Desenvolvimento Territorial do Estado do Mato Grosso do Sul”, discutiu as oportunidades e desafios específicos na integração da bioeconomia com o desenvolvimento regional.
Outro painel, “Inovação e Biomas no Cenário Nacional: Desafios e Oportunidades para os Pequenos Negócios de Bioeconomia”, abordou como pequenas empresas podem se beneficiar das tendências emergentes no setor, destacando a necessidade de políticas públicas que apoiem a inovação.
A preservação ambiental também foi tema de discussão, com estratégias para promover o desenvolvimento econômico sem comprometer os biomas locais, como o Pantanal e o Cerrado.
A importância dos bioinsumos, como fertilizantes e defensivos de origem biológica, foi outro destaque, sendo apontados como um segmento promissor para o estado.

Perspectivas para o Futuro da Bioeconomia em Mato Grosso do Sul
O workshop evidenciou que a bioeconomia é uma oportunidade estratégica para Mato Grosso do Sul, capaz de impulsionar o crescimento econômico do estado enquanto promove a sustentabilidade.
No entanto, o sucesso depende de políticas públicas adequadas, investimentos em infraestrutura e uma cultura de inovação.
“Estamos apenas no começo dessa jornada”, afirmou Jaime Verruck, ressaltando o potencial do estado para se tornar um líder em bioeconomia no Brasil e no mundo, desde que os desafios sejam enfrentados com determinação e visão estratégica.
O evento concluiu com um consenso sobre a necessidade de colaboração contínua entre governo, setor privado e academia para garantir que a bioeconomia se consolide como uma realidade duradoura e transformadora em Mato Grosso do Sul.
Com sua diversidade biológica e tradição agrícola, o estado está bem posicionado para aproveitar as oportunidades oferecidas pela bioeconomia, desde que sejam adotadas estratégias eficazes para enfrentar os desafios.