As discussões sobre Inteligência Artificial no G20 ganharam destaque com a crescente preocupação sobre as disparidades tecnológicas entre as nações.
Sob a liderança do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, o grupo defendeu a cooperação internacional para garantir que o desenvolvimento da IA seja inclusivo e beneficie todos os países, evitando que nações em desenvolvimento se tornem apenas consumidoras de tecnologias.
O tema central foi abordado durante o encontro do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, realizado em Maceió no dia 13 de setembro. Os ministros dos países membros destacaram que o desenvolvimento desigual de infraestruturas e ativos de IA pode ampliar as desigualdades sociais e de poder.
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A ministra brasileira da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, alertou para o potencial da IA em gerar exclusão, caso não haja uma distribuição equitativa de suas ferramentas e oportunidades.
IA como Fator de Inclusão e Desenvolvimento Sustentável
No encerramento do encontro, foi divulgada uma Declaração Ministerial que classifica a IA como catalisadora do crescimento econômico e do desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que pode ser vetor de desigualdades, se mal administrada.
O documento faz um apelo à promoção de uma cooperação internacional inclusiva, com foco na capacitação, pesquisa conjunta e transferência voluntária de tecnologia, para garantir a participação global no desenvolvimento de sistemas de IA seguros e éticos.
A ministra Luciana Santos reforçou que a IA deve ser desenvolvida com base em dados que reflitam a diversidade global, para evitar preconceitos e discriminações. Ela destacou que a inclusão digital é essencial para que essa tecnologia promova equidade e respeito aos direitos humanos.
Liderança do Brasil nas Discussões Globais
O Brasil, sob a coordenação do MCTI, liderou o eixo temático “Inteligência Artificial para o Desenvolvimento Sustentável e Redução da Desigualdade”. O país contribuiu com duas ferramentas importantes: o Toolkit para Avaliação de Prontidão e Capacidade de Inteligência Artificial, que mede a preparação dos países para o desenvolvimento dessa tecnologia, e o relatório sobre a adoção de IA em serviços públicos, que identifica desafios e oportunidades para os governos.
Essas iniciativas destacam o protagonismo do Brasil no debate global sobre IA, com o objetivo de assegurar que o progresso tecnológico seja compartilhado de maneira justa entre as nações, principalmente as em desenvolvimento.
Recomendações para o Futuro
Os ministros do G20 também recomendaram a promoção de parcerias internacionais para o desenvolvimento da IA, com mais investimentos em tecnologia, infraestrutura e capacitação. Além disso, destacaram a importância de políticas de governança que incentivem a inovação e o empoderamento digital.

O Brasil, por sua vez, já lançou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, com o investimento de R$ 23 bilhões em áreas como saúde, educação e agricultura, e aposta na criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento dessa tecnologia. O plano também visa contribuir para a cooperação internacional, especialmente entre os países do Sul Global.
O Brasil se posiciona como um líder nas discussões sobre IA no cenário global, buscando garantir que essa tecnologia seja desenvolvida de maneira justa e inclusiva.
O futuro da IA dependerá não apenas de avanços tecnológicos, mas também da capacidade de formular políticas que promovam a equidade e o desenvolvimento sustentável.