Empreendedorismo e Inovação no mercado de avestruzes: A ascensão de um produtor brasileiro

André Rocha 843 visualizações
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Avestruzes

Campo Grande, conhecida por seu polo frigorífico regional, agora se destaca em uma nova frente: a produção de avestruz. Um negócio que teve início há três décadas em uma propriedade rural de São Gabriel do Oeste, Mato Grosso do Sul, transformou-se em um império da carne de avestruz, com distribuição em praticamente todo o território brasileiro.

O visionário por trás deste crescimento é Manoel Piveta Assunção. Ele percebeu cedo a importância de uma localização estratégica para distribuição. E assim, escolheu Campo Grande, por sua posição geográfica privilegiada, para instalar seu frigorífico.

A escolha foi certeira. Adriane Lopes, prefeita de Campo Grande, destaca a cidade como um ponto estratégico para o agronegócio. “Nossa localização oferece uma plataforma de negócios dinâmica com ampla rede de serviços”, afirma. Cortes selecionados de avestruz agora alcançam estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, entre muitos outros.

Manoel recorda os primeiros passos do empreendimento: “Começamos com apenas 20 casais de avestruzes trazidos diretamente da África. Fiquei fascinado pela eficiência do animal. Ocupa menos espaço, tem baixo impacto ambiental e é mais produtivo por área”. E o resultado desse encantamento? A empresa se tornou a maior produtora de avestruz fora da África.

Para Manoel, a inovação foi chave. Inicialmente, o foco era vender filhotes. Com o tempo, o mercado mudou, e ele se adaptou, explorando todas as partes do avestruz. “Além da carne, vendemos plumas para diversas finalidades, utilizamos o couro resistente em produtos de longa durabilidade e, recentemente, introduzimos no mercado o óleo de avestruz, que possui propriedades analgésicas e anti-inflamatórias”, explica.

O óleo, extraído da gordura abdominal do avestruz, é um destaque. Rico em ômega 3, 6, 7 e 9, fortalece o sistema imunológico, reduz o colesterol e alivia dores. A empresa é pioneira na produção deste óleo no Brasil, disponível tanto em creme quanto em cápsulas.

A carne de avestruz também tem suas vantagens. É menos calórica, rica em ferro e com sabor que lembra carne bovina, mas com características de pescado.

Com o frigorífico certificado pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), a empresa tem planos audaciosos. Manoel projeta uma expansão internacional, aproveitando a Rota Bioceânica, que promete abrir mercados na Ásia-Pacífico. Esta rota, que conectará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, trará oportunidades não apenas para exportação de carne de avestruz, mas também para importação de pescados e frutas de clima frio.

Adelaido Vila, secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, é otimista em relação ao futuro: “O corredor bioceânico é crucial para o crescimento econômico regional, beneficiando todos os países envolvidos”.

Este empreendimento de avestruz, que começou pequeno em Mato Grosso do Sul, é uma lição de inovação, adaptação e visão empreendedora, mostrando que com dedicação e estratégia, é possível alcançar mercados globalmente.

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