A inovação tecnológica vai além das descobertas acadêmicas. Ela conecta o conhecimento gerado em laboratórios, a visão empreendedora e a aplicação prática que transforma ideias em produtos indispensáveis.
A economista Mariana Mazzucato destaca o papel crucial do Estado como motor da inovação, lembrando que muitas das tecnologias que moldam o mundo atual nasceram de investimentos públicos.
Exemplos marcantes são a internet, o GPS e as telas sensíveis ao toque, tecnologias desenvolvidas em projetos governamentais, como os do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Essas iniciativas desmentem a visão de que a inovação é exclusividade do setor privado.
Leita também
O investimento estatal, embora muitas vezes invisível, é fundamental para criar as bases das tecnologias que usamos diariamente.
Porém, o salto das descobertas para o mercado depende do empreendedorismo. Identificar demandas, muitas vezes antes mesmo de os consumidores perceberem, é o que torna possível a transformação de patentes em soluções reais.
A União Soviética, por exemplo, acumulava inovações tecnológicas, mas carecia de um ambiente empreendedor dinâmico para comercializá-las.
Um exemplo emblemático dessa sinergia entre Estado, empreendedores e engenharia é a Apple. Produtos como o iPhone surgiram da integração de pesquisa, design visionário e domínio técnico.

A empresa combinou tecnologias de diversos fornecedores – como o vidro da Corning Glass e as telas da Sony – com inovações adquiridas, como as patentes da FingerWorks para gestos de toque. Essa abordagem resultou em produtos que revolucionaram o mercado.
O iPod também ilustra essa dinâmica. A integração de componentes de diferentes fornecedores, como discos da Toshiba e chips da Sharp, foi essencial para o sucesso do dispositivo. A engenharia prática, aliada à visão de mercado, mostrou como a combinação de tecnologias pode criar algo totalmente novo e desejado pelo público.
A inovação, portanto, é fruto da colaboração entre pesquisa acadêmica, visão empreendedora e engenharia. O papel do Estado é fundamental no início desse ciclo, mas a transformação de descobertas em soluções acessíveis e impactantes depende da capacidade de empreendedores e engenheiros de trabalharem em sintonia.
Sem essa conexão, muitas ideias promissoras permaneceriam confinadas aos laboratórios, sem alcançar o impacto transformador que conhecemos.